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Sobre o HIV e a AIDS

O HIV é um vírus transmitido através do contato com sangue, esperma ou fluido vaginal, leite materno, com presença de vírus. Ele tem a capacidade de atacar as células de defesa do nosso sistema imunológico, especificamente as células CD4 (também conhecidas como células T). As células CD4 ajudam o sistema imunológico a combater infecções e cânceres e sem essas células o organismo fica vulnerável. Ao longo do tempo, o organismo da pessoa infectada pelo HIV sem tratamento antirretroviral perde a capacidade de lutar contra infecções já que o vírus HIV destrói as células CD4. Dessa forma, uma pessoa desenvolve a AIDS quando a infecção pelo HIV alcança sua fase mais severa. A sigla AIDS significa síndrome da imunodeficiência adquirida (Acquired immunodeficiency syndrome) em inglês.

A célula CD4 em azul está sendo infectada pelo vírus HIV em amarelo. Fonte: ZEISS Microscopy/Flickr

O que é o HIV?

A sigla HIV significa vírus da imunodeficiência humana em inglês. Sem o tratamento antirretroviral, o HIV pode levar uma pessoa a desenvolver a AIDS. Diferente de outros vírus, o corpo humano não é capaz de eliminar o HIV, mesmo com o tratamento. Dessa forma, uma vez que você é infectado(a) pelo HIV, você viverá com o vírus durante toda sua vida.

Ainda não existe uma cura para a infecção ao HIV, mas o HIV pode ser controlado com cuidados médicos. A medicação usada para tratar o HIV é chamada de terapia antirretroviral ou TARV. A adesão contínua ao tratamento antirretroviral torna a carga viral – quantidade do HIV que circula pela corrente sanguínea – indetectável. Quando a carga viral de uma pessoa vivendo com HIV se mantém indetectável, ela pode ter uma vida saudável e ter efetivamente nenhum risco de transmissão do HIV para um(a) parceiro(a) HIV-negativo através do sexo. 

Antes da introdução da terapia antirretroviral nos anos 90, uma pessoa infectada pelo HIV chegava a desenvolver a AIDS em apenas alguns anos. Hoje, uma pessoa que adere ao tratamento antirretroviral logo após receber o diagnóstico positivo pode viver tanto quanto alguém que não tem HIV. A testagem e o tratamento para o HIV são ferramenta fundamentais para a resposta à AIDS. O quanto antes uma pessoa infectada pelo HIV fizer a testagem e aderir ao tratamento, melhor para que ela tenha uma vida saudável e sem riscos de transmissão.

Quais são as fases do HIV:

Como indicado acima, a infecção pelo HIV possui diferentes estágios, sendo o mais avançado o desenvolvimento da AIDS.

A primeira fase é chamada de infecção aguda. Durante esta fase que ocorre de 2 a 4 semanas após a infecção pelo HIV, a pessoa pode sentir sintomas parecidos com a de uma gripe que podem durar por algumas semanas. Esta resposta do organismo à infecção do HIV pode variar de pessoa a pessoa, o que significa que alguns indivíduos podem não apresentar sintoma algum durante esta fase. Uma forma segura de ter certeza se você foi ou não infectado(a) pelo HIV é fazer o teste. O estágio de infecção aguda, também conhecido como infecção primária, é a fase mais infecciosa da doença já que a quantidade de vírus circulante é muito alta.

O segundo estágio é chamado de infecção latente, também conhecido como fase assintomática ou infecção crônica pelo HIV. Uma pessoa neste segundo estágio da infecção pode não apresentar sintomas e/ou adoecer. Durante este período da infecção, o HIV pode estar dormente ou inativo. Entretanto, a pessoa infectada ainda pode transmitir o vírus nessa fase já que o vírus continua a se reproduzir ainda que a níveis mais baixos. Como cada organismo reage de uma forma diferente, esta fase pode ter durações diferentes de pessoa a pessoa. Para alguns indivíduos, este estágio pode durar uma década ou mais enquanto que para outros o avanço para a próxima fase pode ser mais veloz. Caso um indivíduo infectado pelo HIV nessa fase continue sem saber e/ou sem o tratamento, a quantidade do vírus no organismo aumenta enquanto que o número de células CD4 são reduzidas. Quando isso ocorre, a pessoa infectada fica vulnerável a infecções oportunistas e começa a apresentar sintomas já que há uma queda progressiva das células CD4 e o enfraquecimento do sistema imunológico. Nesse momento, o indivíduo passa para o último estágio da infecção pelo HIV, a AIDS.

A terceira fase da infecção, chamada de AIDSé a mais severa e deixa a pessoa vulnerável a infecções oportunistas que podem levar a óbito. Sem tratamento antirretroviral, uma pessoa corre risco de morte. O diagnóstico positivo para a AIDS é confirmado quando a quantidade de células CD4 cai para menos de 350 células por milímetro cúbico de sangue (350 células/mm3), desenvolve uma ou mais infecções oportunistas e apresentam sintomas, como febre, calafrios, erupção cutânea, suores noturnos, dores musculares, dor de garganta, fadiga, gânglios linfáticos inchados ou úlceras na boca. O tratamento de doenças oportunistas e a terapia antirretroviral são necessários para salvar a vida de uma pessoa vivendo com HIV.

Como posso me prevenir?

No Brasil, a prevenção ao HIV conta com uma variedade de opções disponíveis à população, chamada de prevenção combinada. Estes métodos de prevenção podem ser acessados através do sistema de saúde (SUS) da sua cidade. As opções da prevenção combinada envolvem diferentes esferas, como a biomédica, comportamental e estrutural. 

A primeira esfera, chamada de biomédica, reúne formas de prevenção que reduzem o risco de exposição de uma pessoa ao vírus HIV. Os preservativos feminino e masculino, as formas mais conhecidas de prevenção ao HIV, fazem parte da esfera biomédica. Além da camisinha, este grupo também conta com o tratamento antirretroviral, a profilaxia pós-exposição (PEP) e a profilaxia pré-exposição (PrEP)

O tratamento antirretroviral pode ser considerado uma forma de prevenção já que inibe a multiplicação do HIV no organismo da pessoa que contraiu o vírus, reduzindo a quantidade de vírus circulante no corpo. Dessa forma, a adesão contínua ao tratamento antirretroviral pode evitar a transmissão do HIV. O tratamento antirretroviral também impede o enfraquecimento do sistema imunológico, prevenindo a evolução da infecção ao HIV para a AIDS. Estudos também indicam que a adesão ao tratamento pode levar a uma melhora significativa na qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV, como aumento da disposição e da expectativa de vida. O tratamento também impede o desenvolvimento de doenças oportunistas. 

A profilaxia pós-exposição (PEP) é uma prevenção de urgência utilizada quando uma pessoa pode ter sido exposta ao vírus HIV e/ou outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). A PEP consiste no uso de medicações para reduzir o risco de infecção pelo HIV e outras IST. A PEP deve ser iniciada o quanto antes, preferencialmente nas primeiras duas horas, e no máximo até 72 horas após a exposição. A pessoa deve ser acompanhada por uma equipe médica e deve ser tomada por 28 dias. Para acessar a PEP, procure os serviços de atendimento de emergência ou Serviços de Atendimento Especializados (SAE) de sua cidade. Saiba onde encontrar a PEP aqui.

A profilaxia pré-exposição (PREP) é um método de prevenção ao HIV que consiste na tomada diária de medicamentos para prevenir que a pessoa seja infectada pelo vírus HIV. Estes medicamentos devem ser tomados por indivíduos não infectados pelo HIV e antes da exposição da pessoa ao vírus. Este método de prevenção é recomendado a grupos de pessoas que se encontram em situações de elevado risco de infecção pelo HIV e ainda não está disponível para toda a população. A PREP pode ser acessada em serviços de saúde cadastrados no SUS. Saiba onde encontrar a PREP aqui.

A esfera comportamental é a disseminação de  informações sobre o HIV e a percepção do indivíduo sobre os diferentes riscos de exposição ao vírus. Ações que fazem parte desta esfera são campanhas, o incentivo ao uso de preservativos e à testagem, programas de redução de danos, educação de pares, entre outros.

A esfera estrutural  é  indispensáveis para tratar condições socioculturais que vulnerabilizam pessoas e populações  à infecção ao HIV. A vulnerabilidade à infecção pelo HIV pode ser relacionada a diversas formas de discriminação, ao racismo, à violência de gênero, às desigualdades sociais, entre outros. Dessa forma, uma resposta integral ao HIV deve envolver ações que tratem as vulnerabilidades de determinadas populações  e de indivíduos, bem como as questões socioculturais que as promovem.

Por fim, salientar que todos os métodos de prevenção propostos na estratégia de prevenção combinada, podem ser utilizados isolados ou conjuntamente, de acordo com a necessidade e o momento de cada indivíduo. Além disso, a estratégia de prevenção combinada, são respaldados pelos Marcos Legais, que são as leis que protegem as pessoas que vivem com HIv/AIDS. Um exemplo a ser citado é a lei 12.984/14, que criminaliza quem discrimina a pessoa vivendo com HIV/AIDS, ou seja, serve para coibir esse tipo de discriminação, que causa danos imensuráveis.

Para saber mais sobre cada opção disponível na prevenção combinada, clique nas diferentes seções da mandala abaixo.

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Fonte: Ministério da Saúde do Brasil