“AGENDA 10 VERMELHA”
Já são 40 anos de epidemia de HIV. Atualmente em todo o mundo 40,3 milhões de pessoas estão infectadas, dessas, 53% são mulheres e meninas. Em 2020, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas (UNAIDS), foram 680 mil mortes.
No Brasil 920 mil pessoas vivem com HIV-AIDS. Em 2020 foram 10.417 mortes. Entre as 330 mil mulheres com o HIV, 62% são mulheres negras, conforme Boletim Epidemiológico (MS, 2020). A isso soma-se a epidemia avançando cada vez mais entre as populações pobres. A Fotografia da epidemia de HIV entre as mulheres é: Pobre, preta e invisível.
CONSIDERANDO:
- O preconceito e estigma (desinformação sobre a transmissão e moralização do HIV);
- As violências: física, social, moral, psicológica, financeira, patrimonial, violência aos direitos sexuais e reprodutivos;
- A extrema pobreza: dificuldade de acesso a políticas sociais (trabalho, moradia e renda);
- As dificuldades de acesso a serviços e insumo;
- As desigualdades de gênero, racismo, sexismo, etarismo e territoriais;
- A transmissão vertical e as mortes evitáveis;
- A juvenilização da epidemia;
- O sucateamento dos serviços especializados no SUS;
- A invisibilidade das mulheres e meninas;
- A falta de pesquisas específicas para mulheres com HIV/AIDS;
REIVINDICAMOS:
- A criação de campanhas publicitárias esclarecedoras; qualificação dos profissionais das áreas da educação, da saúde e de proteção social nos temas de direitos sexuais das mulheres com HIV/AIDS;
- A Implementação do plano de feminização, assim como projetos e programas visando reduzir e/ou eliminar todas as formas de violência;
- A Disponibilização de linhas de financiamento para o MNCP trabalhar com essas mulheres, na perspectiva de fortalecimento individual e coletivo e linhas de financiamento direto para as mulheres;
- A Disponibilização e promoção de insumos de prevenção de qualidade (preservativos internos/femininos);
- O Fortalecimento das políticas e ações para as mulheres com HIV/AIDS;
- A Melhoraria da qualidade da assistência com a incorporação de novos medicamentos, fortalecimento da política de redução de danos; acesso a diagnósticos;
- A Criação de campanhas para população jovem, destaque para meninas e mulheres jovens;
- O Fortalecimento do SUS; ampliação das estruturas e serviços vinculados às IST/HIV/AIDS;
- A Criação e manutenção de Espaço de diálogo permanente junto ao DCCI, e outras esferas de elaboração e execução de políticas para mulheres;
- Pesquisas e visibilização dos dados do sistema de monitoramento clínico.
No ano de 2004, nós mulheres com HIV- AIDS de todos os estados brasileiros, erguemos nossas vozes e decidimos participar na construção de respostas a esta epidemia. Surge, então, o MNCP – Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas. Movimento este, que até hoje atua em parceria com governos, parlamentares, agências internacionais e sociedade civil na defesa dos direitos humanos das mulheres com HIV/AIDS e na promoção da saúde em vistas à prevenção das mulheres brasileiras não infectadas. O MNCP continuará em defesa destes 10 problemas e enfrentará e lutará até que sejam equacionados!