Os últimos anos têm sido mesmo de desafios gigantes para a sociedade em especial à parcela que luta pela liberdade de escolha e garantia dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.
A notícia veiculada pela Folha de São Paulo, neste dia 10 de setembro, sobre a exigência de consentimento do marido para inserção de dispositivo intrauterino (DIU) em mulheres casadas, imposta por UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de São Paulo e planos de saúde, chega a nos embrulhar o estômago.
Durante séculos, as mulheres foram obrigadas a submeterem-se aos homens, essa absurda exigência é um fantasma da cultura patriarcal, do controle da sexualidade e da vida reprodutiva da mulher. Além de contribuir para a situação de vulnerabilidade das mulheres, é uma expressão clara da violência institucional, da desigualdade de gênero, do machismo e da sistemática tentativa de desmoralizar e desqualificar a mulher.
A saúde pública brasileira tem enfrentado retrocessos, fruto de um governo intolerante, preconceituoso, racista, misógino e antidemocrático e, as mulheres estão na mira desse controle autocrático.
O que nos surpreende é saber que essa prática perversa, abusiva, absurda e ilegal que, fere gravemente o direito e a liberdade da mulher em decidir sobre a maternidade, seu corpo, suas escolhas, sua saúde e, ainda, coloca em risco sua vida, têm acontecido, neste caso das denúncias, no estado de São Paulo que sempre foi uma referência para a saúde. Ao contrário dos planos de saúde que somente investe em mais uma barreira para dificultar e limitar o acesso das mulheres ao serviço oferecido.
Por essa prática da idade das trevas, completamente fora da realidade dos avanços que tivemos nos últimos cinquenta anos, expressamos nossa indignação e repúdio.
Francamente!
Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas