Relacionamento abusivo e violência doméstica e familiar contra mulher.

Quem é que nunca ouviu a seguinte frase: “Fulana está com ciclano mesmo apanhando, essa é mulher de malandro, gosta de apanhar!

Eu aposto que você já ouviu essa frase alguma vez e ouso dizer que algum dia pode até mesmo ter concordado com ela (eu mesma já concordei um dia) por pura falta de informação.

A verdade é que existe uma série de fatores que fazem com que as mulheres permaneçam presas a esse tipo de relação destrutiva, dentre eles estão principalmente a dependência emocional e a dependência financeira.

Contextualizando para a atual conjuntura de pandemia em que estamos vivendo, o fator dependência financeira é algo que se agravou consideravelmente, tendo em vista que muitas dessas mulheres perderam o emprego e ficaram presas com o seu agressor em isolamento social dentro de casa.

Segundo o IBGE, no primeiro trimestre de 2020 a taxa de desemprego das mulheres foi 39,4 % superior que a dos homens.

Mais especificamente falando, no caso das mulheres portadoras de HIV, muitas delas tinham grande parte da sua renda garantida por meio do benefício de aposentadoria por invalidez, contudo, após o “pente fino previdenciário” muitas tiveram o sua aposentadoria cortada.

Em 2017, mais de 700 pessoas soropositivas tiveram suas aposentadorias cassadas, algumas até mesmo vieram a óbito em razão disso.

 E é claro, que isso intensificou ainda mais a situação de dependência econômica que muitas mulheres já se encontravam ou então, trouxe a tona essa dependência para mulheres que até então, eram independentes.

É obvio, que isso, consequentemente afeta o psicológico e o emocional dessas mulheres que se veem em uma situação de muita insegurança quanto ao seu futuro.

A pergunta que não quer calar é: como sair dessa situação de dependência financeira diante do desemprego que assola nossas mulheres, sobretudo, com a vinda da pandemia?

Bom, posso te dizer que um dos caminhos possíveis para isso é: O EMPREENDEDORISMO.

No ano de 2020 o empreendedorismo feito por mulheres cresceu cerca de 40% de acordo com as pesquisas realizadas pelo SEBRAE São Paulo.

Sabemos que o motivo deste crescimento não foi algo tão romântico e ideal como gostaríamos né? Muitas mulheres buscaram empreender por pura necessidade, porém, isso não anula as consequências positivas que o aumento do empreendedorismo trouxe! 

Pois com certeza, esse crescimento serviu de alternativa e libertação para muitas mulheres!

Portanto, conversei com algumas amigas empreendedoras e separei aqui algumas dicas que podem te ajudar a começar a empreender, vamos lá?

  • Use as redes sociais a seu favor!
    Se você for uma mulher que tem fácil acesso as redes sociais e internet, você tem uma grande ferramenta nas mãos! O instagram hoje se tornou uma plataforma digital que reúne milhares de pessoas dispostas a produzir conteúdo e informação de todas as áreas e nichos de atuação. Beba dessa fonte! Pesquise por hashtags e por perfis parecidos com o que você quer iniciar. Neste tipo de plataforma os usuários costumam compartilhar muitas dicas e também sobre como funciona suas vidas e rotina enquanto profissionais.

Além disso, depois que você já tiver decidido e começado a por seu negócio para funcionar, você também pode utilizar o instagram para divulgar e vender seu produto/serviço.

  • Procure por cursos de capacitação

Existem algumas instituições que disponibilizam cursos profissionalizantes gratuitos. caso você não tenha condições de pagar por um, ou até mesmo que oferece bolsas de estudos.

Um exemplo disso é o SENAC, que durante a pandemia  disponibilizou uma série de cursos capacitantes onlines e gratuitos, sobre várias áreas de atuação.

Se você estiver lendo esse texto ainda durante a pandemia do COVID 19, da uma olhada lá no site do SENAC e veja tem algum curso que pode ajudar você: https://www.ead.senac.br/detalhe-noticia/2020/3/senac-ead-oferece-cursos-gratuitos-totalmente-a-distancia-na-quarentena/.

Além do SENAC, existe o CRAS (CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL) que sempre disponibiliza cursos não pagos, procure saber qual o CRAS do seu bairro e quais benefícios eles estão proporcionando para a população.

Existe também o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)  que também sempre disponibiliza cursos voltados para o empreendedorismo, procure saber no SEBRAE da sua cidade.

  • Estude coisas que agreguem na sua carreira como empreendedora, mesmo que não sejam sobre sua área de atuação.

Se você for uma cozinheira, por exemplo, para começar a vender marmitas fitness não basta entender de cozinha. É preciso que você pesquise sobre finanças, sobre marketing, sobre gestão de tempo e de pessoas. 

Volto a dizer, a internet proporciona muuuito conhecimento gratuito!

  • Seja Resiliente!

Não vai ser na primeira semana e nem no primeiro mês que tudo vai começar a dar certo! Então tenha calma e seja constante em colocar em prática os conhecimentos que você buscou. 

  • Peça Ajuda.

Não tenha vergonha de pedir para seus amigos e familiares divulgarem o seu trabalho! Isso pode te ajudar muito, além de que, cá entre nós, o boca a boca é sempre a melhor propaganda.

Então é isso! Espera que esse texto tenha te inspirado ou te ajudado de alguma forma. E se você tem a ideia de começar um novo negócio, boa sorte e  não desista! Vai dar tudo certo.

Laila Favato, uma jovem advogada, parceira do MNCP, que vem se especializando em direitos das mulheres.

Sempre foi uma pessoa ativamente preocupada com as questões de gênero e atualmente aplica seus conhecimentos dentro da esfera jurídica.