Viver com HIV hoje é muito diferente do que era há alguns anos. Na década de 1980, quando o vírus foi descoberto, o HIV/ Aids era considerado praticamente uma sentença de morte. Não havia medicamentos e qualquer tentativa de tratar as pessoas se mostrava inútil, por essa razão muitos foram a óbito.
Felizmente, pouco a pouco o cenário foi mudando e, com os avanços no tratamento, às pessoas com HIV podem ter uma vida longa e saudável, com qualidade de vida semelhante à de quem não tem o vírus.
Mas afinal, o que significa “vida saudável” com HIV?
De acordo com o Ministério da Saúde “pode parecer óbvio dizer que uma pessoa está saudável quando não está doente. Essa ideia não está totalmente errada, mas o conceito de saúde pode ser ainda mais amplo. Principalmente levando em consideração o que pode provocar o surgimento das doenças. Seguindo essa linha mais abrangente, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1946, definiu a saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade”. www.gov.br/saude
É quase impossível falarmos de vida saudável sem mencionarmos hábitos alimentares, exercícios físicos, mente sã, hidratação, fumo, álcool e, por aí vai… Mas há outras condições que, para pessoas que vivem com HIV, são extremamente importantes para uma vida saudável. Entre elas:
Ter acesso a cuidados médicos de qualidade: Isso significa manter consultas médicas regulares, exames e acompanhamento com equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas). Esse acompanhamento é essencial para monitorar a saúde e garantir o bem-estar.
Ter o vírus indetectável: O tratamento com antirretrovirais eficazes reduz a quantidade de vírus no corpo a níveis tão baixos que se tornam indetectáveis em exames. Isso significa que o vírus não está afetando sua saúde e não pode ser transmitido sexualmente.
Manter o sistema imunológico forte: A adesão ao tratamento ajuda a preservar e fortalecer o sistema imunológico, protegendo-o de infecções e doenças oportunistas. Sabemos que a adesão é um processo que pode ser difícil e gerar desgaste para algumas pessoas, por essa razão a ajuda profissional de uma psicóloga, terapeutas e, até mesmo exercícios de relaxamento, kaiut Yoga, grupos de ajuda mútua, por exemplo, podem ajudar.
Viver sem medo e preconceito: Talvez essa seja a tarefa mais difícil, uma vez que o estigma e a discriminação ainda estão bem presentes na sociedade mas superar buscando apoio social e emocional, participando e dividindo os desafios com outros grupos que vivem os mesmos dilemas, permite que você se fortaleça e viva sua vida plenamente, com relacionamentos saudáveis e sem medo. Lembre-se, o sentimento de preconceito e discriminação não é seu, então deixe que “o outro” lide com seu próprio sentimento. Vencer o preconceito e medo é possível!
Ter acesso à informação: Manter-se informada sobre o HIV, tratamento e prevenção ajuda você a tomar decisões conscientes sobre sua saúde e bem-estar.
Por fim, mas não menos importante, cuidar da saúde física e mental: Adotar hábitos saudáveis como alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, sono adequado e acompanhamento médico regular contribuem para a saúde física e mental.
O MNCP está desenvolvendo o projeto Por Elas: Saúde Integral. O mesmo conta com apoio da GSK e tem por objetivo “Contribuir para a saúde física e mental de Mulheres Vivendo com HIV/AIDS, melhorando sua qualidade de vida”. Ainda, incentivar mudança para hábitos saudáveis através de ações educativas, acolhimento e práticas integrativas e complementares; minimizar os efeitos ocasionados pelas comorbidades geradas pelo uso prolongado de antirretrovirais e do HIV; fortalecer a autoestima, aceitação sorológica, adesão ao tratamento e autonomia; contribuir para melhoria da qualidade de saúde e vida e redução do estigma e discriminação relacionados às mulheres que vivem com HIV/AIDS.
Devemos sempre ter em mente que uma vida saudável com HIV é uma vida plena, com saúde, bem-estar e qualidade de vida. Por isso é sempre importante lembrar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para alcançar essa realidade e, aceitar o diagnóstico é o primeiro passo para viver bem com o HIV. Encontrar um propósito, ter objetivos e sonhos para o futuro também é fator motivador para cuidar da saúde e viver cada dia com mais intensidade. Sabemos que nem sempre é fácil devido às múltiplas funções que as mulheres desempenham, mas precisamos ao menos tentar separar um tempo para nós mesmas e construir uma rede de apoio com quem se possa contar. Amigos, familiares, profissionais de saúde e grupos de apoio fazem toda a diferença. Viver com HIV, apesar de ser muito diferente do que era no passado, ainda apresenta alguns desafios que é importante conhecer e saber como enfrentar. É crucial lembrar que você não está sozinha e que existem recursos e apoio disponíveis. Lembre-se que o MNCP está aqui para te ajudar a se fortalecer, empoderar e ter uma vida longa e saudável com HIV.
Secretaria de Comunicação