Na tarde desta segunda-feira (12/08) às 15 horas reuniram-se lideranças do MNCP e equipe do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – DATHI para discutirem as muitas queixas de redução de antirretrovirais nos municípios. De acordo com o Dr. Draurio Barreira, diretor do departamento, esta é uma situação ocorrida devido a atrasos sistemáticos, seja em datas de entrega ou quantitativos entregues por laboratórios parceiros. Esta situação faz com que o estoque preconizado apenas não seja suficiente para dispensa de 3 meses. 

Em sua fala, relata que estão tentando simplificar o tratamento e melhorar a qualidade de vida das PVHA com a migração terapêutica de quem faz uso de três drogas para duas, otimizando a adesão ao tratamento e reduzindo os riscos de efeitos adversos. Para tanto, sugere que a sociedade civil preconize que os serviços passem a migrar para duas drogas, sempre que possível, em suas ações de advocacy e incidência. 

Ainda, em se tratando dos baixos estoques de antirretrovirais, em especial o Tenofovir  + Lamivudina, o responsável pelo setor de Controle de Medicamentos e Insumos (Sr. Roger), relata que “a gente teve um pouco mais de dificuldade mas não deixamos de enviar, em nenhum momento, os pedidos. Às vezes, para alguns estados, têm para ressuprimento de até 5 meses de cobertura”.  Continua dizendo que essa dificuldade se deu pela demora na assinatura de contrato com laboratório pela mudança de Lei que era de nº 866 e passou a ser nº14.133. Para o Sr. Roger, não há necessariamente falta de medicamento ou dificuldade para atender a demanda por até 60 dias. Segundo o mesmo, o Ministério tem atendido a demanda considerando dados registrados pelos Estados no SICLON. Estes consideram o saldo de estoque divididos pela média de consumo dos meses anteriores, avaliando no geral quantitativo para a cobertura. 

Sobre a profilaxia para o recém-nascidos, segundo o Dr Arthur Kalichman, é necessário que governo federal, estados, municípios e sociedade civil avaliem juntos e com transparência, como estão os estoques. Ainda, ressalta que é um desafio do DATHI discutir com a CEGIST e Estados estratégicas logisticas para tentarem ter estoques estratégicos reguladores regionais em cada estado e que esta informação esteja disponível aos gestores municipais e, consequentemente estes saibam a quem recorrer caso vá nascer uma criança e eventualmente a maternidade  esteja com estoque mais baixo. Como compromisso o mesmo sugere ampliar a oferta nos estados, e melhorar a gestão logística. 

Segundo a Dra. Romina, a questão de estoque estratégico a equipe já vem trabalhando a alguns meses e estas informações serão repassadas a sociedade civil via Nota Técnica. Ainda, informa que o PCDT de pediatria foi atualizado considerando todas as alternativas possíveis para cada faixa etária (considerando a transmissão vertical).  Apresenta, ainda como um fator de dificuldade a não produção do Raltegravir granulado no país, porém enfatiza que há alternativas como segunda opção para o bebê exposto com classificação de alto risco como a Nevirapina. 

Enquanto movimento de mulheres que vivem com HIV/AIDS continuaremos a incidir sobre esta pauta junto aos gestores, afinal estamos falando do tratamento de milhares de mulheres e nossa vida!

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MNCP