Entre os dias 24 a 27 de Maio, a cidade de Aracaju recebeu trinta mulheres que vivem com HIV/AIDS no IX Encontro Regional do MNCP-NE.
A abertura do evento foi marcada com a participação de representantes do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – DATHI, na pessoa da Dra. Romina Marques, Secretaria de Estado de Sergipe, Dr José Almir Santana, Dra. Débora de Oliveira – Secretaria Municipal de Aracaju, Dra. Jennifer Gomes – Gerente do SAE, Fabiana Oliveira – representante do MNCP Nacional, Greice Paula C. Correia – RNP+ SE, Jaciara Pereira – MNCP/NE, Maria de Fatima S. Silva – MNCP Aracaju e Irenilde dos Santos – Casa de Apoio O Bom Samaritano.
Na programação, temas como “A Política de Aids voltada para as Mulheres, Efeitos adversos dos ARV e o impacto nos corpos femininos, Transmissão Vertical e SUS & SUAS” foram amplamente discutidos junto aos gestores presentes.
Com muita alegria foi realizado o lançamento do Cordel da Prevenção com o título “A Peleja da Prevenção contra a Desinformação”, um projeto realizado em parceria com o Gapa BA que teve a brilhante iniciativa e contou a mulheres do MNCP para criação dos cordeis à partir de cinco oficinas realizadas em Salvador.
Nas discussões ao longo do evento, a Dra. Romina apresentou o cenário político atual e as prioridades do governo no que diz respeito à resposta à epidemia do HIV.
Para as mulheres presentes, essas prioridades precisam ser efetivas, uma vez que o acesso aos serviços de saúde, às tecnologias de prevenção e exames, em algumas regiões, não é uma realidade tão perfeita quanto aparecem nos relatórios.
Outro ponto debatido foi a dificuldade dos municípios avançarem na prevenção do HIV/AIDS , na oferta da PrEP e na eleiminação da Transmissão Vertical, tema que foi ricamente trazido pela Dra. Josi Calasans.
Ainda, o Estigma, Preconceito e Discriminação vivenciados após 40 anos epidemia, Saúde Mental, Superação e Equilibrio Emocional deram o tom das circunstâncias enfrentadas no cotidiano pelas mulheres. Estes temas foram apresentados pela cientista social Fabiana de Oliveira e a psicóloga Carlinéia Lima.
A necessidade de escuta, a relação médico e paciente, o medo, preconceito, não reconhecimento do próprio corpo, a situação de crianças, adolescentes e jovens com HIV/AIDS pela transmissão vertical e as mortes evitáveis estiveram entre os temas que visivelmente mexeram com as emoções das participantes.
Num evento político como este não poderia faltar as discussões sobre o advocacy e a incidência política exercido pelas lideranças nos estados e região. Nesse sentido, as representantes Jaciara Pereira e Georgina Machado explanaram sobre “O papel das lideranças, A importância da Comunicação e Acesso a Direitos, onde buscamos
No encerramento houve eleição para indicação das representações nos Estados e Regional que serão referendados no X Encontro Nacional do MNCP que acontecerá no próximo mês de novembro, na cidade de São Paulo.
Acompanhe o relato de uma participante
Thyara Kaali
Antes de ir, eu fiquei super ansiosa. Contei os dias para poder participar de um encontro do MNCP e este foi o meu primeiro encontro! Foi marcante. Eu amei conhecer as histórias de todas, isso me fez enxergar que eu quero muito ajudar e estar nesse movimento!
Ouvir cada história me fortaleceu, me fez ver humildade, resiliência, sororidade e amor! Tão necessário!
Vi um grupo de mulheres positivas, independente dos processos dolorosos, mas todas diziam o quanto se sentiam acolhidas! Quando me coloquei a falar e usar o microfone, algo que nunca fiz, me lembrei de um texto que tinha salvado.
“(…) Empatia é a capacidade de sentir o que sentiria uma outra pessoa – caso – estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Sem julgar ou questionar as decisões tomadas e os caminhos escolhidos. Se entrar o – julgamento – terá uma grande chance da empatia não surgir. Ter empatia, é estar acima disso tudo. É olhar para outro ser humano e vestir-se dele. Sentir, por um segundo, como se estivesse naquela mesma pele, respirando aquele mesmo ar…(autora desse texto Sheila Bartz Costa)”
Então me veio a vontade de dizer que realmente somos incríveis! Mesmo nesse mundo de preconceito que sofremos, sabemos que isso é horrível!
Muitos que não vivem com HIV/aids não têm informações, principalmente sobre o indectavel=intransmissível. Por isso temos que lutar contra esse preconceito!
Me encorajar para falar lá na frente às mulheres, foi uma honra por poder dizer que renascemos, e que somos fantásticas!
Essa luta de anos, muitas vezes pode ser cansativa mas, vi que temos que continuar e mostrar para as pessoas que também não querem fazer o tratamento e ter uma vida normal, que a escolha de aceitar, é autocuidado! Então se tratem, se cuidem, isso é necessário!
Amei conhecer todas e quero poder ir para outros encontros.
Quero deixar uma frase para todas nós: “Nada proporciona melhor capacidade de superação e resistência aos problemas e dificuldades em geral, do que a consciência de ter uma missão a cumprir na vida”. (Viktor Frankl)
Secretaria de Comunicação MNCP