O ano de 2022 chegava ao som dos fogos e chuvas de esperança, trazendo otimismo e novas perspectivas para uma vida liberta dos infortúnios e desalentos. O ano foi desafiador, marcado ainda pela pandemia da COVID 19, e suas consequências para a saúde mental vivenciada pelas mulheres vivendo com HIV/AIDS na qual foi retratada a solidão, a insegurança, a angústia, o medo e a instabilidade financeira.

Nos reinventamos, passamos a intensificar o ativismo de forma online sem perder a essência feminina e empoderada na luta contra HIV/AIDS, o estigma, preconceito, racismo, aidsfobia, violência contra a mulher e o machismo que as matam.

Buscamos também o reestruturamento na capacitação técnica, no empoderamento nas ações de advocacy e no emprenderismo individual e coletivo.

Demos vida aos tecidos em forma de bonecas de pano que retrataram a história de vida, a infância e as marcas das mulheres vivendo com o HIV/AIDS, na qual o muitas descobriram dom da criação, a renovação da auto estima e a alternativa para combater a depressão e a inércia.

Aceitamos os desafios propostos na resposta ao tratamento do HIV/AIDS, com o uso de ferramentas da mídia como alternativa para comunicação e prevenção. Continuamos atuando, orientando e acolhendo as mulheres que vivem com HIV/AIDS em lives, reuniões, encontros, produção de vídeos, podcasts, cards e matérias informativas. Uns dos maiores desafios e realizações para que a informação chegue nos mais remotos cantos através do rádio foi a criação de uma rádio novela. Desenvolvemos projetos
que atendeu as necessidades individuais e
coletivas de cada uma nos núcleos estadual, regional e nacional.

Em meio a tantas emoções e questões de acessibilidade ao serviço de atendimento, a inserção no mercado de trabalho, ao advocacy, na luta em defesa do SUS e das políticas públicas de saúde para o  HIV/AIDS, vivenciamos a necessidade de cuidar de nós individualmente buscando nos cuidados diários hábitos simples, tais como: alimentação, acesso ao tratamento, cuidados com a mente e o corpo, entre outras, e trazendo ao longo desse ano temas direcionados com profissionais e mulheres filiadas ao MNCP para colocar de forma lúdica e acolhedora conhecimentos e debate passando-nos segurança e informação.

O ano de 2023 chegou a nós trazendo novas energias, novos pensamentos no qual almejamos um futuro RENOVADO, mais solidário, acolhedor, empático entre todas as pessoas.

Desejamos FELICIDADES na busca individual de cada uma. Prosperidade em cada lar para que não lhes falte o pão de cada dia, com mais ações de sustentabilidade, capacitações e emprenderismo.

Saúde plena com o SUS respeitado pelo poder público e com investimento em todas as áreas.

Que os Direitos Humanos e a Cidadania das MVHAS cis e Trans sejam efetivos;

Que as políticas públicas de educação nas escolas sejam retomadas respeitando a diversidade, nossos jovens e nossas crianças.

Que nossas mulheres e a população LGBTQIA+ possam se sentir mais seguras. Que combate ao feminicidio e a violência doméstica, e a Aidsfobia sejam efetivos.

O acesso ao Pré-Natal seja humanizado, assistido, orientado e monitorado com frequência, para que possa ser minimizado as mortes maternas, para que crianças não
nasçam com sífilis e HIV, sem deixar o olhar mais acentuado a mulher vivendo com HIV/AIDS em relação ao período de transição e de profundas oscilações hormonais sofridas no período da menopausa, como também na 3ª idade,
perante os desafios de envelhecimento tanto precoce como no processo natural observando os estereótipos culturais e o ciclo discriminatório social que cada uma vive.
Nossos sonhos estão sendo renovados. Manteremos nossa força e certeza de que dias melhores virão com fé, perseverança, otimismo, empatia e sororidade.

Feliz 2023 para todas nós!

 

 

Georgina Machado

Mãe de três filhos, avó, ativista, representante do MNCP na Comissão Intersetorial de Ciclos de Vida da Criança, do adolescente, do adulto e do idoso – CIASCV