Solidariedade no silêncio

Em meio a pandemia, um olhar de empatia

Há mais de 10 anos realizamos ações alusivas presencial com as mães e crianças assistidas pelo MNCP/SE. 

São mães que participam de reuniões, ações alusivas e pontuais como: oficinas, palestras e eventos.  O critério base é a assiduidade no tratamento, consultas e exames regulares tanto da mãe quanto da criança. 

O ano de 2020 estava chegando, nos lares e nas vidas das pessoas, com esperança de dias melhores. Em fevereiro, já com o nosso planejamento anual em mãos para pôr em prática, após nossa participação no Bloco da Prevenção e no Bloco do Rasgadinho, nos preparávamos para as reuniões alusivas, encontros regionais e estaduais do Colegiado da RNP Nordeste, do Encontro REGIO e para a Ação Alusiva com as crianças, porém em março surgiu o primeiro caso da Covid-19 aqui no estado e as notícias foram se multiplicando, nos trazendo o medo e o pavor de transitar nas ruas pelo desconhecido. 

Diante desse caos havia a questão: as mães que eram diaristas, manicures, cabeleireiras, vendedoras e que por conta do “isolamento social” perderam seus respectivos empregos.

 Outra coisa que nos afligiu foi o atraso pontual das Cestas Básicas pactuadas pelo Governo do estado, Secretaria Estadual de Saúde e SEIDS, que eram entregues mensalmente às PVHAS.

Então precisávamos agir e traçar estratégias de assistência a essa mulheres e daí foram surgindo parcerias que entregavam doações, mesmo sem o acolhimento alusivo e por medidas de prevenção as mães eram conectadas e recebiam as doações, ora Cestas Básicas, ora máscaras e álcool Gel. Mas havia nossas crianças, que mesmo na pandemia tinha seus sonhos de que no natal papai Noel traria seu tão sonhado brinquedo. Elas escreveram cartinhas e, na semana de Natal, seus presentes estavam lá. Muitos doadores ocultos contribuíram para esse momento de alegria. Esse projeto já estava em andamento, assim como, o de recebimento das pastas escolares e material escolar na qual algumas parcerias estavam se mobilizando. 

Recebemos doações da Policia da GETAM, de material escolar e fizemos a entrega seguindo o protocolo de prevenção. Buscamos também, ao longo deste período, manter contato com as mulheres através de reuniões on line, conversas de acolhimento no grupo de WhatsApp, acompanhado pela psicóloga Miriam Dutra voluntária da Casa de Apoio.

Tudo isso vem sendo realizado com muito amor. 

Por: Georgina Machado  e Fátima Souza – Cidadãs PositHIVas