Sou Jaciara Pereira. Moro em Itapetinga, Bahia e vivo com meu esposo. Trabalho como atendente de farmácia no CTA, Centro de Referência e Aconselhamento do município de Itapetinga.
Sou uma mulher vivendo com HIV há 20 anos e estou no MNCP desde 2007, quando me tornei uma “Cidadã Posithiva” durante o II Encontro Nacional do Movimento das Cidadãs Posithivas, em 2007, Salvador, BA. Meu propósito no MNCP sempre foi obter conhecimentos e aprender cada vez mais para ajudar outras mulheres da minha região a buscarem seus direitos por meio da atuação em “advocacy”.
E nessa trajetória, onde a ajuda mútua esteve sempre presente, aparece uma pandemia terrível que afeta milhões de vidas humanas, a COVID-19, e os reflexos nas vidas das mulheres, em especial, das mulheres vivendo com AIDS são ainda mais duros e cruéis. Como ajudar num momento onde o distanciamento social se faz necessário?. Para minha alegria e alívio, surge a campanha “Voluntariado pelas Américas”, a VPA Brasil. Uma iniciativa do Movimento Latino Americano e do Caribe de Mulheres Positivas (MLCM+) em parceria com o MNCP.
Por meio desta Campanha, pude obter mais conhecimentos sobre a COVID-19 e o HIV nas vidas da mulheres, como falta de alimentos, transtornos emocionais e psicológicos, dificuldades em dar continuidade ao tratamento para o HIV, violência doméstica, solidão. Por meio dessas capacitações pude entender melhor todo esse cenário e seguir ajudando as mulheres de minha região. Acredito no APOIO MÚTUO. Minha atuação tem sido passar informações seguras e confiáveis, acolhendo mulheres para lidarem melhor com todas essa situação da pandemia. Minha contribuição está focada no repasse de conhecimento para que essas mulheres façam o mesmo com outras mulheres, assim, multiplicando saberes e aumentando essa rede de solidariedade.
Solidariedade é poder ajudar ao próximo. Eu também preciso ser ajudada em alguns momentos de minha vida. É uma ajuda mútua.
Deixo uma mensagem para o mundo, com base nos ensinamentos de Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás, sempre podemos recomeçar e fazer um novo fim”.
Jaci – Cidadã Posithiva.