O diagnóstico positivo para o HIV/AIDS na vida da mulher é muito impactante. Nesse momento, instala-se no cotidiano de vida um medo com diferentes faces: o medo da discriminação, o medo do preconceito, o medo de contar aos familiares, o medo do sofrimento físico e da dor, o medo do futuro e o medo da morte.

Vivemos em uma sociedade patriarcal e machista onde, enquanto mulheres, temos que enfrentar muitos tabus e, quando se fala em trabalho e sustentabilidade financeira tudo torna-se ainda mais complicado, principalmente quando essa mulher não tem visibilidade e precisa se ausentar, constantemente, para realizar exames e consultas, correndo o risco de perder o seu emprego.  Em alguns casos optam por abandonar o seu tratamento. Isso, para que não tenham que revelar ou se identificar como mulher vivendo com HIV/AIDS. Muitas dessas mulheres sustentam a casa, os filhos e são responsáveis por todas as despesas cotidianas. O medo de ficar sem sua fonte de renda acarreta muito sofrimento. Cada vez mais mulheres vivendo com HIV/AIDS buscam uma fonte de renda para sobreviver e conseguir ter uma qualidade de vida melhor sem ser discriminada. Para isso é preciso que as políticas públicas, pensadas para as mulheres, concentrem atenção não apenas no HIV/AIDS, mas também em todo  contexto social no qual a AIDS está inserida, buscando caminhos e construindo estratégias para o enfrentamento da pobreza, do medo, do preconceito, estigma e discriminação, promovendo a mulher no seu contexto, como mãe, profissional e cidadã.

Enquanto Cidadãs PositHIVas, buscamos fortalecer umas às outras, não baixamos a cabeça para as desigualdades que nos permeiam, ao contrário, lutamos sempre por nosso lugar na sociedade, que deve ser digno, igual e sem violência. Seguimos em busca dos nossos direitos pois os nossos deveres de cidadania temos cumprido plenamente.

Credileuda Costa Azevedo, casada, mãe de dois filhos e avó de três netos.

Secretaria Política Nacional do MNCP