É hora de pensar os espaços que queremos ocupar!

Reconhecido, 8 de Março não pode e não deve ser apenas um dia para distribuir flores e fazer promoções no comércio local. 

 A data foi criada para homenagear e impulsionar um movimento pelos direitos humanos das mulheres, destacar a luta por melhores condições de vida, promover a igualdade política, social, econômica e demonstrar que temos muito a protagonizar. 

Convocamos as mulheres e meninas para resignificar esta data e não deixar esquecer a luta diária de cada uma.

Reconhecidas como o sexo frágil, pessoa maternal e também aquela que é a mais sensível, que tem o dever de educar os filhos e estar sempre disposta e bonita, mas será este o lugar da mulher na sociedade? Seremos sempre aquela que gerencia a maioria dos lares? 

Nós sabemos bem o quanto lutamos para dar conta de tantos afazeres e compromissos diários!

Pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Previdência (CNP) revela que as mulheres ganham 30% menos que os homens para realizar as mesmas funções no mercado de trabalho com as mesmas qualificações e muitas vezes até mais capacitadas.

De acordo com o IBGE, somos minoria no comando de grandes empresas, pois os homens têm mais chances de se tornarem chefes no mercado desigual em decorrência do machismo estrutural que se fortalece cotidianamente.

Ter os melhores diplomas, não dá o reconhecimento como iguais na sociedade; Vivemos sob características sociais que definem como devemos pensar, o que devemos escolher e agir.

 Em decorrência do sexismo e da forma como muitos de nós fomos educados, as vezes sem perceber estamos sendo machistas e perpetuando a desigualdade.

As características comportamentais impostas pela sociedade ainda norteiam negativamente a vida de mulheres e meninas reforçando estereótipos de gênero.

Ações repetitivas precisam ser repensadas e avaliadas, um dia que marca a luta por direitos serve principalmente para despertar mulheres a protagonizarem suas histórias de vida.  

A autonomia econômica é um dos fatores mais importantes no empoderamento da mulher em seu núcleo familiar, nesse contexto a fragilidade familiar precisa ser observada de imediato, levando a refletir sobre suas lutas diárias, seus desafios, perdas e conquistas.

Nem sempre a mulher está no espaço que ela deseja ocupar. A tecnologia e a política por exemplo, ainda não são uma realidade no protagonismo feminino, salvo raros casos, são necessários assegurar compromissos e mudanças comportamentais para que o empoderamento das mulheres seja de fato um quadro que é possível ser modificado. 

Cada mulher se coloca e responde de forma diferente a estímulos e isso também necessita ser considerado, exercitar a sororidade e a empatia faz parte do nosso processo de amadurecimento, enquanto sociedade e principalmente enquanto mulheres.

Reflita sobre o seu protagonismo e decida se este é realmente o lugar que você quer estar, seja no campo profissional ou pessoal e não esqueça que, você não está sozinha, nunca! Que sejamos mulheres que levantam outras mulheres.

Renata Soares de Souza

Assistente Social, membro do Movimento Nacional de Cidadãs Positivas e Promotora Legal Popular.