Eu decido meu corpo, minhas regras, meu tempo. Eu decido o que quero, quando quero, com quem quero e porque quero.

A campanha “Tudo tem seu tempo: adolescência primeiro, gravidez depois”, lançada pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves nos surpreende com tamanha falta de discernimento. Estimular uma população jovem à abstinência sexual, como medida de prevenção de gravidez precoce, é seguir um caminho na contra-mão da política de prevenção adotada nos últimos anos, além de mostrar total desconhecimento da realidade dos jovens. Com o custo de R$ 3,5 milhões, investidos nessa campanha, o governo deveria ampliar o acesso à educação e à informação, disponibilizando nos serviços de saúde, métodos contraceptivos, programas eficientes de planejamento familiar, prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV e Hepatites virais e, proporcionar espaços onde os jovens possam expressar suas dúvidas e inseguranças sem preconceitos, discriminações ou julgamentos às questões inerentes à sexualidade e ao gênero. Essa é sem dúvida uma forma de impor uma doutrina e não de fazer prevenção respeitando
a liberdade de decisão e os direitos sexuais e reprodutivos de adolescentes e jovens no país.

Para o Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas essa é mais uma demonstração clara do despreparo e fundamentalismo desse governo que, se utiliza de recursos públicos para realizar campanhas ineficientes na redução da gravidez na adolescência, bem como no risco de infecções sexualmente transmissíveis, entre elas o HIV/Aids e ignora uma série de evidências científicas internacionais que mostram a ineficácia de programas pautados na abstinência sexual.

Nossa luta pelos direitos de todas as adolescentes, jovens e mulheres está, principalmente pela liberdade de escolha e decisão sem o punho machista e autoritário que persiste em pleno século 21.


Abstinência Sexual? Eu decido!