Aconteceu em Porto Alegre (RS) entre os dias 22 a 25 de setembro de 2016, o 7º Encontro Nacional das Cidadãs PositHIVas com o tema: Olha elas! Na sua integralidade e diversidade.

O objetivo desse encontro foi discutir a mulher vivendo com HIV na sua integralidade e diversidade e chamar atenção dos gestores, profissionais de saúde, apoiadores, parceiros e outros atores sobre essas questões. Afinal,  nós não somos somente o HIV,  não queremos ser vistas apenas pelo vírus, queremos que nos olhem como mulheres que temos desejos, sonhos, alegrias, tristezas, ansiedades,  menopausa, hipertensão,  diabetes, tristezas, alegrias, que somos negras, lésbicas, trans, bissexuais, assexuadas, usuárias de drogas, em situação de rua e temos tantas outras questões e a serem observadas.

Foram discutidos também os efeitos adversos em nós,  mulheres —  sabemos que não existe pesquisas sobre esse tema, mesmo  os efeitos sendo mais acentuados nessa população. Novas tecnologias de prevenção, o que temos de novo, o que temos de bom e o que pode ser melhor no que diz respeito ao tratamento e à prevenção também foram assuntos que ocuparam nossos dias em Porto Alegre.

Tivemos oficinas com temas variados como direito à saúde sexual e reprodutiva, tema esse que sempre discutimos, pois muitas de nós ainda nos deparamos com opiniões desfavoráveis de profissionais e da população em geral,  que comprometem a vida sexual e reprodutiva da  mulher com HIV.  Foram debatidas as várias violências sofridas pelas mulheres e suas vulnerabilidades como racismo, estigma e discriminação.

Abordamos sobre o controle social e a importância da participação em conselhos e conferências para que possamos levar nossas demandas e monitorar os serviços.

Assistimos ao filme “Meu nome é Jacque”, sobre a vida de Jacqueline Cortês, como subsídio de uma discussão da vivência da mulher trans e sua inserção no MNCP.

Foram escolhidas  e referendadas novas representações para o próximo biênio 2017/2018.

O diferencial desse encontro foi a participação de outros movimentos como movimento negro, feminista, trans, jovens o que possibilitou ampliar a discussão e fortalecer nossa luta. Hoje percebemos que precisamos nos unir para enfrentar o momento de perdas e retrocessos que vivenciamos.

As demandas que saíram do encontro vão para a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres de 3 a 6 de agosto de 2017, em Brasília.

O documento final será revisado e divulgado para os gestores, apoiadores e para mídia.

Esse foi mais um encontro de grandes trocas, informações importantes e muita emoção, porque ser mulher é isso, é ser  forte na sua luta diária, mas em momentos específicos deixar a emoção aflorar, chorar, abraçar e voltar mais para seus lares para continuar sua vida com dignidade e respeito.

* Heliana Moura é secretária política do MNCP (Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas)

Fonte: Agência de Notícias da AIDS