Em janeiro, a Agência de Notícias da Aids noticiou a mudança de endereço do CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) Santo Amaro, em São Paulo. Em fevereiro, a Prefeitura decidiu remanejar outro centro, o Parque Ipê, também na zona sul. Ambos passaram a funcionar junto a outros serviços especializados do município. Os CTAs são serviços destinados às ações de diagnóstico e prevenção das ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) e do HIV. A medida mobilizou a sociedade civil e alguns políticos que não acreditam em “mudança de endereço”, mas em “fechamento dos serviços”.

Em março, ativistas do movimento de aids se reuniram com a Comissão de Aids, com o intuito de acionar o Ministério Público Estadual de São Paulo para que o órgão entre com uma ação civil pública contra a Prefeitura da cidade. O grupo não concorda com a decisão do governo de fechar ou trocar de endereço alguns CTAs. Eles alegaram que não houve diálogo por parte da prefeitura antes da decisão.

Nesta segunda-feira (17), o Movimento das Cidadãs Posithivas do Estado de São Paulo, que integra o movimento nacional, enviou uma carta para a Agência Aids, em que se manifesta contra a medida e demonstra preocupação com o rumo da política de aids na cidade. Leia abaixo na integra:

Nota pública do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas contra o fechamento dos CTAs – Centro de Testagem e Aconselhamento

São Paulo, 14 de Abril de 2017

O Movimento das Cidadãs Posithivas do Estado de São Paulo, vem, por meio deste, expressar nosso mais enfático repúdio e indignação mediante a medida de fechamento dos CTA’s (Centro de Testagem e Aconselhamento) da cidade de São Paulo.

No dia 07 de Abril, comemorou-se o Dia Internacional da Saúde, porém, para nós, mulheres do movimento de aids, não há o que se comemorar diante do desmonte do SUS e, consequentemente, dos Programas de Atendimento às pessoas vivendo com HIV/aids e de prevenção.

Estamos vivendo um período de grande tensão e preocupação com o futuro no atendimento as pessoas com HIV/aids em São Paulo; considerando:

– a transferência do nosso acompanhamento para Atenção Básica, comprometendo a qualidade do atendimento;

– o descaso demonstrado ao se tomar uma decisão tão importante sem um diálogo entre as partes interessadas;

– o número de mulheres adultas e jovens em acompanhamento nos serviços;

– o aumento significativo de mulheres com mais de 60 anos diagnosticadas positivas ao HIV;

Este movimento acompanha, participa e é parte ativa no processo de mobilização pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/aids, em especial, das mulheres. Somos uma organização legitima e, nos posicionamos contrárias a este desmonte da Saúde que estamos assistindo ano a ano, em São Paulo.

Movimento Nacional das Cidadãs Positvas – SP

 

FOnte: Agência de Notícias da AIDS